segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Limitação dos olhos


                                                                                                                           D.M.Bontorin
                                                                                                          para Rafaela T.

Nós, em toda nossa limitação, tentamos enquadrar as cores, as pessoas, em determinados grupos. Esses grupos podem ser restritos: os verdes, os vermelhos, os amarelos. Ou ainda, podem ser grupos maiores: cores frias, cores quentes, tons terrosos, claras, escuras, etc. 
Suprimisse ao máximo qualquer capacidade de individualidade, de unidade, de ser não um azul mas um azul cerúleo. 
O que mais atormenta minha alma é ter consciência dessa predisposição  a classificar as cores, as pessoas, e mesmo assim não ser capaz de não o fazer. 
Controlo-me ao máximo, faço analise do meu próprio comportamento e no fim estou discriminando, dizendo que um laranjado nunca será puro pois ele não é um vermelho e nem um amarelo. Demora um tempo até eu perceber o que estou fazendo, até eu parar e perceber: "ele simplesmente o laranjado, ele não tem que ser nem tão vivo como o vermelho, nem tão intenso como o amarelo e se eu chegar mais perto perceberei que mesmo se eu o comparar aos outros laranjados ele ainda será diferente, será único. Comparações são desnecessárias".
Aceito esse fato, aceito o laranjado, mas quando viro os olhos me deparo com o lilas, "que cor mais imprópria, não decide quem quer ser: é uma cor fria ou uma cor quente? como é que eu vou saber. Acho melhor deixa-la de lado e usar o bom e velho laranjado."

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Jerusalem

William Blake  (1804)


And did those feet in ancient time
Walk upon England’s mountains green?
And was the Holy Lamb of God
On England’s pleasant pastures seen?

And did the countenance divine
Shine forth upon our clouded hills?
And was Jerusalem builded here
Among these dark Satanic Mills?

Bring me my bow of burning gold!
Bring me my arrows of desire!
Bring me my spear! O clouds, unfold!
Bring me my chariot of fire!

I will not cease from mental fight,
Nor shall my sword sleep in my hand,
Till we have built Jerusalem
In England’s green and pleasant land.


Jerusalem, 1804, poema de William Blake, se tornou um hino (não oficial) para os Ingleses. Nele Blake traz a beleza da Inglaterra, bem como a degradação encontrada em seu seio e a necessidade de lutar contra essa. David Erdman, em seu livro Blake: Prophet Against Empire, mostra que Satanic Mills se refere as fábricas de Londres.